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Será que estamos prontos para sermos substituídos?

Desmistificando a Inteligência Artificial

Maria Clara Pereira

Maria Clara Pereira

— Redatora

Categoria: Experiências Digitais

Tempo de leitura 4 Minutos

Data de publicação: 09.02.2024

Será que estamos prontos para sermos substituídos?

A revolução trazida pelas inteligências artificiais foi um dos assuntos mais debatidos em 2023, não é mesmo? Se a insegurança de perder o emprego para um (ou mais) robô ocupou sua mente, este texto é para você!

Se você é do time que não usa inteligência artificial de nenhuma forma em seu trabalho porque acredita que isso não é trabalho, este texto também é para você.

E já adianto aqui minha opinião: as IAs não precisam ser nossas arqui-inimigas, mas também não podemos ficar reféns delas. O importante é saber usá-las ao nosso favor.

Nós nos adaptamos e passamos a usar essas novas tecnologias ao nosso favor. E com as inteligências artificiais não é diferente.

O Chat GPT, por exemplo, é uma ferramenta que uso quase que diariamente como redatora publicitária (inclusive pra me ajudar com o título desse texto rs). Ele faz o trabalho chato que ninguém quer fazer, otimiza meu tempo e facilita as etapas das minhas entregas. Mas ele entrega o trabalho de um profissional júnior (e olhe lá!). Se eu pegar, copiar e colar, eu mesma estarei decretando a minha irrelevância como profissional.

Um estudo recente realizado pela Harvard Business School apontou que não apenas os consultores assistidos por IA realizaram tarefas 25% mais rápido e completaram 12% mais tarefas no geral, mas seu trabalho foi avaliado como 40% mais alto em qualidade do que seus colegas não assistidos.

Humanos gostam de humanos

No filme Her (2013), apesar de se apaixonar por um sistema operacional consciente (como o próprio filme denomina), Theodore é escritor. Escritor de cartas românticas.

Reassistindo ao filme esses dias me peguei pensando: o que ele faz eu certamente pediria pro ChatGPT fazer por mim (risos). Mas então, o que diferencia a escrita de Theodore da escrita da Samantha (seu sistema operacional)? Por que que mesmo em um mundo onde qualquer um poderia pedir pro computador escrever uma carta de amor, ainda existem profissionais dedicados a isso?

Claro, a IA te sugere ideias, muitas vezes até surpreendentes. Mas o nosso olhar crítico sobre tudo isso é fundamental. Ter o feeling e a capacidade de conexões dos humanos é um diferencial.

O Midjourney, por exemplo, otimiza o tempo dos designers.

Mas, na hora de escolher uma obra de arte para pendurar na sua sala, você compraria algo feito por uma máquina ou um humano?

Mulher em um museu vendo quadros
Mulher apreciando obras de arte.

Voltamos aqui à subjetividade: cada artista é único. Por isso, acredito que as artes manuais provavelmente se tornarão muito mais valorizadas.

Aliar. Combinar. Juntar.

Poucos especialistas validam essa ideia apocalíptica que acompanha a inteligência artificial.

Eu vejo a IA como uma ferramenta incrível, inclusive para os próprios times de tecnologia, e devemos adotá-la na sua capacidade máxima. Mas isso também quer dizer que precisamos continuar nos transformando para acompanhá-la.

Devemos obter o máximo dessas ferramentas, evitando suas armadilhas, tratá-las como uma extensão de nós mesmos, verificando suas entregas como faríamos com as nossas próprias. Elas não são assistentes infalíveis às quais podemos adiar ou transferir responsabilidade.

Temos questões muito mais importantes e urgentes para debater agora, como direitos autorais, direitos trabalhistas, futuro do trabalho, etc.

A regulamentação será fundamental. O mundo online ainda é terra de ninguém, praticamente sem regulamentação.

Duas imagens do homem de ferro uma criada por IA e outra disponivel pela Marvel sendo a criada pela IA muito superior a da própria Marvel

Na linguagem dos millennials, a IA é o “frenemy" (amigo e inimigo) do trabalhador. Devemos ser cautelosos, mas isso pode se tornar um relacionamento próspero.

E acima de tudo: trabalhar nossa humanidade. Sermos mais humanos.

Maria Clara Pereira

Maria Clara Pereira

— Redatora

Vamos jogar junto?